Para além da necessidade de assegurar as aprendizagens básicas para todos os estudantes, outro grande desafio do Ensino Médio na atualidade é garantir a permanência na escola e o desenvolvimento de habilidades e competências dos alunos.
Isso pensando em contribui para que exerçam a cidadania, construam um projeto de vida e alcancem seus objetivos pessoais e profissionais após a formação básica.
É o que descreve a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o documento que estabelece as competências e habilidades essenciais para todos os estudantes, a fim de garantir um ensino de qualidade.
Hoje, vamos conhecer o que mais a BNCC estabelece quanto a essa nova estrutura do EM, especialmente no que se refere a organização do currículo e distribuição das habilidades e competências para as quatro áreas do conhecimento (Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas).
Acompanhe para saber como o Novo Ensino Médio pode trazer mais autonomia ao seu planejamento didático, assim como exigirá da escola o compromisso com a maneira de ensinar e formar esses estudantes.
A demanda por um novo formato na última etapa da Educação Básica há anos vem sendo discutida no Brasil.
Segundo o Ministério da Educação, mais de 70% dos brasileiros concordam que o Ensino Médio precisa passar por transformações.
Isso porque o Ensino Médio é a etapa com maiores índices de evasão, o que reflete o desinteresse de parte dos jovens pela escola.
A metodologia proposta aos jovens precisa usar o conteúdo como uma ferramenta para conectar o conhecimento aos seus interesses, desenvolver habilidades e competências que possam ser exercitadas no mundo do trabalho e na vida pessoal, e oferecer oportunidades para que ele tenha autonomia em seu processo educativo.
Assim, o papel do Ensino Médio passa a ser desenvolver uma formação integral que apoie o jovem nos desafios que virão depois da escola.
Com isso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trouxe propostas para uma nova abordagem de ensino e aprendizagem para essa etapa.
Currículos flexíveis com uma carga horária ampliada, conteúdos, habilidades e competências organizados por áreas do conhecimento, interdisciplinaridade, possibilidade de aulas remotas e muitas outras transformações.
Essa nova estrutura curricular flexível será dividida em aprendizagens comuns e essenciais e em Itinerários Formativos, oferecendo diferentes caminhos a serem escolhidos pelos estudantes e aproximando a escola de suas realidades.
A novidade de Itinerários Formativos possibilita aos estudantes aprofundar seus estudos nas áreas de conhecimento com as quais se identificam.
Isso pode ser estendido, ainda, para cursos ou habilitações de formação técnica e profissional, o que vai contribuir para despertar o interesse dos jovens em acessar a escola e, consequentemente, para sua permanência e melhoria dos resultados do ensino.
Antes da mudança, era necessário a disponibilização de uma carga horária de 2.400 horas no Ensino Médio. Agora, a carga horária total passa a ser de 3.000 horas.
Desse total, 1.800 horas serão usadas para as competências obrigatórias, enquanto 1.200 farão parte dos Itinerários Formativos, que poderão ser praticados na mesma escola ou em instituições parceiras, considerando critérios estabelecidos pelos sistemas de ensino.
A reforma também visa a ampliação da oferta de escolas em tempo integral. Para elas, a carga horária é ainda maior, alterando-se para 1.400 horas anuais ou 7 horas diárias.
Com isso, a ideia é que, até 2024, o país atenda, pelo menos, 25% das matrículas da Educação Básica em tempo integral, conforme o Programa de Fomento à Implementação de Escolas em Tempo Integral.
Com essa nova organização, o objetivo é contribuir para a integração dos conhecimentos, favorecendo a formação profissional e técnica dos estudantes ao proporcionar um cenário com mais alternativas.
Pensar a dinâmica e a função do Ensino Médio, segundo a BNCC, é consolidar, aprofundar e ampliar a formação integral do aluno, que teve início na Educação Infantil e se encerra agora.
Isso irá contribuir para que construam e realizem seus projetos de vida, em consonância com os princípios da justiça, da ética e da cidadania. (BNCC – pág. 471)
Pensando em todo esse contexto e novo cenário, será necessário que a escola seja o agente garantidor dos aspectos essenciais para a formação dos jovens, como mencionado nos parágrafos da BNCC.
Assim, proporcionar experiências e processos intencionais que garantam as aprendizagens exigidas e promover situações nas quais o respeito à pessoa humana e aos seus direitos sejam permanentes.
Isso demandará ainda mais cautela e eficiência no planejamento escolar, desde a organização curricular até a escolha de materiais didáticos que atendam essas necessidades em suas propostas.
Para que isso se concretize, é necessário que as redes de ensino e as instituições possam orientar seus currículos. E em suas propostas pedagógicas para colocar as demandas das juventudes em diálogo com os contextos locais.
Algumas ações podem ser indispensáveis nesse momento:
Ainda há muito a ser entendido sobre a nova fase do Ensino Médio. Por isso, a SM Educação quer seguir trazendo até você tudo o que estiver relacionado ao tema.
Que tal conhecer? Acompanhe tudo sobre a proposta de Itinerários Formativos, o trabalho organizado por áreas do conhecimento, ampliação da carga horária, novos formatos dos recursos didáticos, entre outras informações importantes para a comunidade escolar.
Encontre também materiais com todos os detalhes sobre o espaço de aprendizagem em que os estudantes são o centro do processo para desenvolver conhecimentos, habilidades, atitudes e valores.
Assim, poderão lidar com os desafios da sociedade contemporânea.