Lidar com a implementação de um novo idioma na grade curricular da escola, por si só, é um grande desafio. Esse processo, no Brasil, deve seguir uma série de recomendações, como as previstas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em relação ao ensino de inglês.
Por meio de diretrizes, a BNCC orienta as escolas na elaboração dos currículos, para que haja uma equivalência quanto aos conteúdos em todo o país.
Logo, é indispensável entender o que esse documento normativo prevê para que a sua instituição de ensino esteja alinhada às suas diretrizes.
Neste conteúdo, traremos os detalhes desse processo para ajudar você a entender se a sua escola está seguindo as orientações da BNCC da melhor maneira. Acompanhe!
Uma das primeiras e principais recomendações da BNCC é a obrigatoriedade da Língua Inglesa a partir do 6º ano (Ensino Fundamental – Anos Finais).
Ao regulamentar quais seriam as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas brasileiras, o esquema curricular proposto organizou as habilidades do ensino de inglês em cinco eixos:
Dessa forma, as aulas passam a ser estruturadas de acordo com essas práticas de linguagens, de maneira a promover uma comunicação efetiva e contextualizada entre os estudantes, expandindo seu repertório linguístico.
Aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural, em que as fronteiras entre países e interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais estão cada vez mais difusas e contraditórias. Assim, o estudo da língua inglesa pode possibilitar a todos o acesso aos saberes linguísticos necessários para engajamento e participação, contribuindo para o agenciamento crítico dos estudantes e para o exercício da cidadania ativa, além de ampliar as possibilidades de interação e mobilidade, abrindo novos percursos de construção de conhecimentos e de continuidade nos estudos. É esse caráter formativo que inscreve a aprendizagem de inglês em uma perspectiva de educação linguística, consciente e crítica, na qual as dimensões pedagógicas e políticas estão intrinsecamente ligadas.
página 241 da BNCC.
Cada categoria de instituição educacional, seja pública ou privada, vai construir sua base curricular a partir das habilidades e competências que a BNCC propõe que sejam trabalhadas ao longo da Educação Básica dos estudantes.
Ou seja, o foco passa a ser desenvolver essas habilidades e competências a partir da articulação do conteúdo em sala de aula.
As habilidades previstas no documento oficial da Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Fundamental estão distribuídas em tabelas com cada um dos cinco eixos, divididas por ano e acompanhadas das unidades temáticas e objetos de conhecimento.
Logo, é indispensável acessar o conteúdo disponibilizado no site da BNCC para acompanhar toda essa estrutura da melhor forma.
A Base elenca competências específicas da Língua Inglesa, que estão ligadas a cada área do conhecimento, como referência para a elaboração do currículo. São elas:
É imprescindível dizer que esses eixos, embora tratados de forma separada na explicitação da BNCC, estão intrinsecamente ligados nas práticas sociais de usos da língua inglesa e devem ser assim trabalhados nas situações de aprendizagem propostas no contexto escolar. Em outras palavras, é a língua em uso, sempre híbrida, polifônica e multimodal que leva ao estudo de suas características específicas, não devendo ser nenhum dos eixos, sobretudo o de Conhecimentos linguísticos, tratado como pré-requisito para esse uso.
página 245 da BNCC.
Para implementar tais demandas, é importante que haja uma genuína revisão do processo de ensino nas escolas.
Os docentes devem estar prontos para lidar com a necessidade de formação adicional, seja com uma profunda reavaliação de métodos ou a partir do investimento em formação continuada e capacitação por parte da gestão escolar.
Além disso, manter-se atualizado sobre todas essas definições da BNCC é o caminho para construir planos de aulas de língua inglesa que contemplem tudo o que o processo de aprendizagem demanda.
Assim, o desafio de garantir uma educação integral, que vai além de ensinar conteúdo e desenvolver o indivíduo em diversas dimensões, estará muito mais próximo de ser superado.